Avaliação Sistêmica
* Ângela Imaculada L.Freitas Dalben
A Avaliação Sistêmica é uma modalidade de avaliação, em larga escala, desenvolvida no âmbito de sistemas de ensino visando, especialmente, a subsidiar políticas públicas na área educacional. Constitui-se em um mecanismo privilegiado capaz de fornecer informações, sobre processos e resultados dos sistemas de ensino, às instâncias encarregadas de formular e tornar decisões políticas na área da educação. É uma estratégia que pode influenciar as qualidades das experiências educativas e a eficiência dos sistemas, evitando o investimento público de maneira intuitiva, desarticulada ou insuficiente para atender às necessidades educacionais.
Os programas de avaliação sistêmica, segundo a organização do ensino brasileiro, podem ter abrangência federal, estadual ou municipal. O Sistema Federal compreende as instituições mantidas pela União e os órgãos federais de educação; o Sistema Estadual, incluindo o Distrito Federal, compreende as instituições de ensino mantidas pelos poderes públicos estaduais, as instituições de ensino fundamental e médio mantidas pela iniciativa privada e os órgãos de educação estadual e do Distrito Federal; e os Sistemas Municipais de Educação compreendem as instituições de Ensino Fundamental, Médio e de educação infantil criadas e mantidas pelo poder público municipal, assim como os órgãos municipais de educação e as instituições mantidas pela iniciativa privada (os âmbitos de competência e atribuição desses sistemas foram estabelecidos nos artigos 9º, 10º, 11º e 18º da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB 9394, de 20 de dezembro de 1996).
* Doutora em Educação pela FAE/UFMG.
ARTIGO
AVALIAÇÕES SISTÊMICAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA: instrumento de gestãopública da qualidade do ensino e mecanismo de controle social
SILVA, Luciene Aparecida da
GARCIA, Nelson Luiz dos Santos
BICALHO, Adriana Célia da Silva
Resumo
Este ensaio focaliza os desdobramentos e implicações decorrentes da oficialização e aprimoramento dos sistemas nacional e estadual de avaliação da educação básica ocorridos na primeira década deste século. Tem como objetivo analisar questões de ordem teórico-prática, subjacentes à lógica de conformação das avaliações sistêmicas educacionais enquanto instrumento de gestão pública e mecanismo de controle social das políticas implantadas e resultados educacionais publicamente aferidos em todas as esferas federativas. Neste estudo exploratório, as informações analisadas foram captadas mediante a seleção de conceitos e dados veiculados nos websites governamentais, boletins pedagógicos das avaliações focalizadas, publicações periódicas dos órgãos governamentais e estudos conduzidos por renomados pesquisadores da área. A problematização evidencia que não basta avaliar. É necessário investir em estratégias eficazes de apropriação e utilização destes resultados por toda a comunidade escolar e demais setores sociais, vislumbrando ao redimensionamento da gestão dos processos educacionais internos à escola, em favor da real melhoria da qualidade do ensino ministrado nas instituições públicas.
Palavras-chaves: avaliações sistêmicas educacionais; políticas públicas; gestão da qualidade do ensino.
Palavras-chaves: avaliações sistêmicas educacionais; políticas públicas; gestão da qualidade do ensino.
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OPINIÃO
Foto:Rudá Ricci
Educação: avaliação sistêmica?
Debati, hoje, com a ex-coordenadora pedagógica da Secretaria de Educação de Betim, Neiva Toneli. Uma das polêmicas foi a pertinência das avaliações sistêmicas quantitativas, como SAEB (nacional) e SIMAVE (mineira) para definir a qualidade do ensino. Sou contrário às avaliações classificatórias, como as duas que cito acima, justamente porque aprendizagem é processo e não resultado. Pelo contrário: uma pessoa que acerta uma questão pode ter copiado a resposta. Mas quem erra, está sendo sempre sincero. Ainda mais: saber que alguém não lê um texto simples não indica os motivos deste problema ao professor (se é problema motor, social, de hábito cultural, de estímulo, metodologia ou didática). As avaliações quantitativas e classificatórias desqualificam o professor e abrem espaço para fortalecimento dos sistemas de controle externo, com muita gente ganhando para aplicar "formulários" de última hora, sem qualquer relação com o cotidiano do aluno. Até mesmo o governo federal embarcou nesta falácia. Alguém deve estar ganhando muito com esta "unanimidade".
*Rudá Ricci em http://rudaricci.blogspot.com